Sabe aquela sensação estranha quando o fim de semana vai se aproximando, e de repente o peso do domingo toma conta? A semana acabou, mas, em vez de descanso, vem a angústia. Você pensa na segunda-feira chegando rápido demais, sente que o fim de semana foi curto, que não fez nem metade do que queria. O tempo parece insuficiente ou desperdiçado.
Eu costumo chamar isso de “odiar domingos” porque, para muita gente, esse é o pior dia da semana.
Faz sentido. Durante a semana, estamos ocupados, imersos em responsabilidades que nos dão estrutura. Nos fins de semana, essa estrutura se desfaz. De repente, sobra tempo — e junto com ele, a pressão de aproveitá-lo ao máximo ou o desconforto de lidar com o tédio e o vazio.
Esses dias, vi uma frase que me fez pensar:
“No domingo, sempre voltamos para nossa própria vida e vemos se ela é um lar ou se somos apenas visita.”
O domingo, esse sintoma semanal autoprogramado, pode trazer desânimo e insatisfação. Ou pode ser um convite para observarmos como andam nossas vidas para além das obrigações.
(Um lembrete: o capitalismo lucra com nossa insatisfação e nem todos têm o privilégio de refletir sobre trabalho e descanso. Mas, de um ponto de vista existencial, somos todos responsáveis pela forma como conduzimos nossa própria existência dentro das possibilidades que temos.)
Nietzsche disse que “ninguém pode construir para você a ponte que você, e apenas você, deve cruzar sobre o rio da vida.” Então, te convido a revisitar seus últimos domingos (ou folgas, no geral):
- Você sente angústia, tédio, vazio?
- Você rola o feed sem parar, tentando preencher um incômodo silencioso?
- Você se entope de informações, de comida, de compras impulsivas?
- O seu descanso te traz alívio ou culpa?
- Você consegue ficar sozinho e se sentir bem com isso?
- Você sente falta da sua própria vida enquanto ela está acontecendo?
Avaliando e refletindo sobre seus dias livres
Se a resposta para algumas dessas perguntas te incomoda, talvez seja hora de abrir espaço para uma vida que faça mais sentido para você, mas eu não escrevo isso como quem tem todas as respostas. Mas quero que este texto seja um convite para você olhar sua vida com curiosidade e gentileza. O que está desalinhado com seus valores e desejos? Por que pode ser tão difícil respeitar o descanso, o silêncio, o vazio?
Sugestões para mudanças
Nos próximos fins de semana, que tal experimentar pequenas mudanças? Criar um ritual simples que te traga prazer, como ler um livro sem pressa, caminhar sem destino, cozinhar algo especial ou apenas observar o dia passar sem culpa. Permita-se momentos de silêncio. Desconecte-se um pouco das telas. Explore um hobby esquecido. Descanso não é ausência de fazer, mas presença consigo mesmo.
Que tal transformar o tempo livre em um espaço de significado, ao invés de apenas uma pausa entre obrigações?
“Você nunca vai saber o que vem depois de sábado, quem sabe um século muito mais lindo e mais sábio, quem sabe apenas mais um domingo.”
— Paulo Leminski
Se você deseja saber mais sobre esse tema e enfrentá-lo de maneira mais saudável, conte comigo para te ajudar. Aqui no site tenho vários posts que também podem oferecer acolhimento e reflexão a respeito da vida, conheça outros posts!
Este texto foi publicado originalmente na minha newsletter, onde temos uma conversa mais íntima. Clique para conhecer e assinar gratuitamente.